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E assim... conheceram as maravilhosas histórias de Coisas Eróticas

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Amanhã fará 30 anos que o primeiro filme pornô brasileiro foi exibido no Cine Windsor, na Avenida Ipiranga, 974, no centro de São Paulo.

No dia 7 de julho de 1982, filas imensas se formaram na calçada do cinema por uma multidão ávida em conferir se nossos atores e atrizes eram pau (e xoxota) para toda obra.

Para comemorar a data, Hugo Moura, Denise Godinho e Bruno Graziano vão lançar o documentário A Primeira Vez do Cinema Brasileiro no mesmo local em que Coisas Eróticas fez história.

O trio de diretores correu atrás de maravilhosas histórias para contar a trajetória de Coisas Eróticas, filme do italiano Raffaele Rossi que entrou em cartaz em plena ditadura militar e apenas dois dias depois de o Brasil ser eliminado da Copa pela seleção da Itália.

Em um trabalho incansável e de perseverança, Hugo, Denise e Bruno localizaram personagens que trabalharam no filme e que até então ninguém sabia do paradeiro deles.

Paralelamente à direção do documentário, Hugo e Denise escreveram um livro delicioso sobre Coisas Eróticas, que traz muitos detalhes sobre o filme que acabaram não entrando no documentário.

Quem quiser saber como Coisas Eróticas entrou para a história do cinema, não pode perder a oportunidade de, quem sabe, enfrentar uma fila imensa neste sábado para ver o documentário e também uma nova exibição do primeiro filme pornô tupiniquim. E conferir também um bate-papo com atores de Coisas Eróticas, parentes do cineasta Raffaele e os diretores de A Primeira Vez do Cinema Brasileiro.

Mais uma vez Coisas Eróticas fará história.

Programação

18:00 – Abertura do coquetel de lançamento

19:00 – Exibição de “A Primeira Vez do Cinema Brasileiro”

20:30 – Coquetel de intervalo

21:00 – Bate-papo com atores e equipe de “Coisas Eróticas”

22:00 – Exibição de “Coisas Eróticas”


Para ver o trailer de A Primeira Vez do Cinema Brasileiro, clique aqui.

Carlos Reichenbach: uma semana de homenagens em três mostras cinematográficas

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O cineasta Carlos Reichenbach morreu em 14 de junho, no mesmo dia em que completou 67 anos de idade. Não consegui ir no seu velório, no Museu da Imagem e do Som (MIS), e, por isso, fiquei triste duas vezes. A segunda por não ter presenciado a poética homenagem dos amigos de Carlão, que cantaram "Parabéns pra você" durante o velório para não deixar o aniversário de Reichenbach passar em branco.

Carlão nasceu em Porto Alegre, mas era paulistano de alma e coração. Um dos principais nomes do cinema da Boca do Lixo, Reichenbach foi o cineasta que provavelmente mais retratou São Paulo em seus filmes. Menos de um mês depois de sua morte, Carlão será homenageado em três mostras cinematográficas na cidade. Uma baita oportunidade para quem quiser conhecer o trabalho genial de Reichenbach.

Amanhã começa na Cinemateca Brasileira a mostra "A Boca em Roterdã", que reapresentará vários filmes da Boca do Lixo exibidos na mostra "The Mouth of Garbage - Subculture and Sex in São Paulo 1967-1987", destaque da última edição do Festival Internacional de Cinema de Roterdã. Em seu primeiro dia, a Cinemateca exibirá dois filmes de Carlão em em novas cópias 35mm: "Lilian M: Relatório Confidencial" e "Império dos Desejos". Veja a programação completa aqui.

Também nesta terça-feira, o Cinusp Paulo Emílio dá início à mostra "Homenagem a Carlos Reichenbach", com a projeção de vários filmes do cineasta. A relação dos filmes pode ser conferida aqui. E no dia 14 de julho, o Cine Olido fará uma sessão especial para homenagear Carlão. Nesse dia, serão exibidos "Dois Córregos", "Alma Corsária" e "Bens Confiscados". O site do Cine Olido é esse aqui.

Clery Cunha é homenageado na mostra Cinema da Boca

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O diretor e ator Clery Cunha é um dos remanescentes da Boca do Lixo, antigo polo de produção cinematográfica localizado no bairro da Luz, no centro de São Paulo. Ele é o homenageado de setembro no “Cinema da Boca”, projeto exibido no Cine Olido que visa resgatar importantes filmes, diretores, atores e produtores que atuaram na Boca paulistana. Entre os dias 7 e 13, serão exibidos nove de seus trabalhos.

Com mais de cinco décadas de carreira, Cunha realizou filmes como “O Outro Lado do Crime”, com José Lewgoy, “O Rei da Boca”, com Roberto Bonfim, “Joelma 23º Andar”, com Beth Goulart, e “Eu Faço... Elas Sentem”, com Antônio Fagundes.

Começou como cabo man na TV Tupi e teve o primeiro contato com cinema em 1956, como figurante de “Lampião, O Rei do Cangaço”, de Carlos Coimbra. “Eu segurava a cabeça da personagem Maria Bonita e gritava ‘venham ver o homem que tinha o corpo fechado’. Foi uma emoção”, afirma. No mesmo período, frequentava o restaurante Costa do Sol, localizado na Rua Sete de Abril, no centro. “Aquele era o ponto de encontro do pessoal do cinema e da música, como os cantores Agnaldo Rayol e Maysa. Lá, Constantin Katchenko me convidou para a primeira assistência de direção, no filme ‘Idílio Proibido’”. No ano seguinte, em 1972, dirigiu seu primeiro longa, “Os Desclassificados”. O filme foi inspirado em um caso verídico, característica que marcaria seu estilo no cinema.

Cunha também foi diretor do programa do SBT “Aqui Agora”, que consagrou o apresentador e locutor Gil Gomes. “Quando a audiência baixava, nós fazíamos reconstituições de crimes. No primeiro ‘Câmeras Escondidas’, simulei uma briga e um assalto no quarteirão do Cine Marabá, na República”, relembra. Autodidata na sétima arte, o cineasta utilizou-se de técnicas televisivas de apelo popular em toda sua filmografia. “‘Joelma 23º Andar’, por exemplo, foi filmado com cinco câmeras, uma revolução para a época”, explica. “Essa mobilidade me valia muito e consegui unir a agilidade da TV com as particularidades do cinema.”

Serviço
Galeria Olido
Avenida São João, 473, Centro
Telefones: 3331-8399 e 3397-0171
De 7 a 13 de setembro
Grátis

Confira a programação completa:

CINEMA DA BOCA: CLERY CUNHA
GALERIA OLIDO | CINE OLIDO | CENTRO | DE 7 A 13 | +16 ANOS | R$ 1


O projeto procura resgatar as produções realizadas no polo cinematográfico da Boca do Lixo e exibe, neste mês, filmes de Clery Cunha. Ele foi cabo man da TV Tupi, ator e estreou, como diretor, no longa “Os Desclassificados”, em 1972. O filme foi inspirado em um caso verídico, característica que marcaria seu estilo no cinema.
| Todas as projeções têm suporte em DVD.

A PEQUENA ÓRFÃ
(Brasil, 1973, 81 min). Dir.: Clery Cunha. Com Patrícia Ayres, Dionísio Azevedo, Noite Ilustrada e outros.
Adaptação para o cinema de uma novela homônima de sucesso da TV Excelsior, apresentada entre 1968 e 1969, da qual Cunha foi assistente de direção. Os protagonistas são os mesmos atores que participaram da teledramaturgia.
| Dia 7, 15h. Dia 13, 17h

PENSIONATO DE MULHERES
(Brasil, 1974, 90 min). Dir.: Clery Cunha. Com Magrit Siebert, Helena Ramos, Silvana Lopes e outros.
Garota chega do interior e se hospeda em um pensionato de mulheres em São Paulo. Uma fatalidade com uma das garotas somada ao fato de não se adaptar ao novo ambiente fazem com que ela decida voltar para sua terra.
| Dia 7, 17h. Dia 11, 19h30

JOELMA 23º ANDAR
(Brasil, 1979, 80 min). Dir.: Clery Cunha. Com Beth Goulart, Liana Duval, Vilma Camargo e outros.
Ao perder a filha durante o incêndio do Edifício Joelma, no centro de São Paulo, a mãe procura o médium Chico Xavier na esperança de receber uma mensagem.
| Dia 7, 19h30. Dia 11, 17h

MARIA, NOSSA MÃE APARECIDA
(Brasil, 76 min). Dir.: Clery Cunha. Com Darcy Silva, Luiz Serra, Rosa Guimarães e outros.
História sobre como foi encontrada, por pescadores, a imagem da Virgem Conceição nas águas do Rio Paraíba, elucidada por depoimento de especialistas.
| Dias 8 e 12, 15h

O OUTRO LADO DO CRIME
(Brasil, 1978, 95 min). Dir.: Clery Cunha. Com José Lewgoy, Marineide Vidal, Liana Duval e outros.
Homem casado com uma mulher pouco atraente se apaixona por uma bela garota vinda do interior e começa a gastar muito dinheiro para conquistá-la.
| Dia 8, 17h. Dia 13, 15h

OS DESCLASSIFICADOS
(Brasil, 1972, 95 min). Dir.: Clery Cunha. Com Jesse James Barbosa, Roberto Bataglin, Joana Fomm e outros.
Apaixonado pela madrasta, rapaz se vinga de todos os que se colocam entre os dois.
| Dia 8, 19h30. Dia 12, 17h

EU FAÇO... ELAS SENTEM
(Brasil, 1975, 85 min). Dir.: Clery Cunha. Com Antônio Fagundes, Magrit Siebert, Walter Portela e outros.
Moça fica desconfiada que seu noivo, inesperadamente, começa a agir como mulher, sem saber que ele tem uma irmã gêmea.
| Dia 9, 15h. Dia 12, 19h30

O REI DA BOCA
(Brasil, 1982, 120 min). Dir.: Clery Cunha. Com Roberto Bonfim, Zaira Bueno e outros.
Rapaz da roça tenta ganhar a vida no garimpo, mas é torturado depois que some uma pepita de ouro. Ao matar quem o acusou do roubo, foge para São Paulo e se torna um poderoso criminoso na Boca do Lixo.
| Dia 9, 17h. Dia 13, 19h30

SANTO EXPEDITO URGENTE
(Brasil, 1975, 85 min). Dir.: Clery Cunha. Com Reynaldo Sapucaia, Yara Loursi, Zé da Ilha e outros.
Funcionário que trabalha em telhados cai de uma grande altura e fica em coma por 55 dias.
| Dia 11, 15h

Fonte:Secretaria Municipal de Cultura

Crédito da foto:blog Estranho Encontro

Roberto Farias e Eva Wilma falam sobre filme policial em mostra

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A Cinemateca Brasileira homenageia o cineasta Roberto Farias, apresentando uma retrospectiva de sua obra. Reunindo todos os filmes dirigidos pelo realizador, que completou neste ano 80 anos, e a maior parte de sua filmografia como produtor, a mostra é uma realização do Centro Cultural Banco do Brasil e conta com a curadoria dos pesquisadores João Luiz Vieira e Tunico Amancio. Produzida pela Jurubeba Produções, e co-produzida pela Cinemateca, a homenagem inclui debates e a exibição de 16 filmes em novas cópias 35mm especialmente confeccionadas pela Cinemateca para esta ocasião.

Diretor, produtor, distribuidor, empresário e articulador de políticas públicas para o setor cinematográfico à frente da Embrafilme nos anos 1970, Roberto Farias é dono de uma extensa trajetória profissional que se confunde com momentos capitais da história do cinema brasileiro. Nascido em 27 de março de 1932, em Nova Friburgo (RJ), iniciou sua carreira como assistente nos estúdios da Atlântida no começo dos anos 1950, trabalhando e aprendendo o ofício ao lado de diretores como Watson Macedo, José Carlos Burle e J. B. Tanko. Entre 1956 e 1957, já familiarizado com a dramaturgia das comédias musicais feitas pela produtora carioca, dirigiu seu primeiro filme, a chanchada Rico ri à toa, estrelada pelo comediante Zé Trindade. Valendo-se do sucesso de bilheteria da obra, realizou nova comédia musical, No mundo lua (1958), com a participação de seu irmão Reginaldo Faria no elenco. Logo depois, dirigiu a Cidade ameaçada, lançado em 1960, com a atriz Eva Wilma no elenco. Sua primeira incursão pelo filme policial, sucesso de público e crítica, Cidade ameaçada concorreu à Palma de Ouro do Festival de Cannes, ao lado de produções de Bergman, Ichikawa, Saura, Buñuel, Antonioni e Fellini, que venceu a premiação com A doce vida. Nesta época, despertou interesse dos cinemanovistas, especialmente de Glauber Rocha. Voltou à chanchada com Um candango na Belacap (1961) e novamente ao filme policial com O assalto ao trem pagador (1962), clássico absoluto do gênero no país, responsável por consagrar sua carreira como diretor. Ainda no início dos anos 1960, realizou o drama rural Selva trágica (1964), saudado por Glauber, e constituiu, ao lado dos irmãos Reginaldo e Riva Faria, a R. F. Produções Artísticas. Em 1964, disposto a enfrentar as dificuldades de distribuição encontradas pelo cinema brasileiro no mercado, fundou a Difilm, iniciativa elogiada pelos jovens diretores da nouvelle vague.

Já apresentada no CCBB Rio, e em cartaz no CCBB SP entre os dias 05 e 16 de setembro, a mostra OS MÚLTIPLOS LUGARES DE ROBERTO FARIAS ainda apresenta em novas cópias 35mm a imperdível trilogia pop estrelada por Roberto Carlos, o contundente Pra frente Brasil (1982), longa sobre os anos de chumbo, dentre outras produções há muito ausentes das telas como a rara comédia erótica Os paqueras (1969) e o policial inspirado na obra de Plínio Marcos, Barra pesada (1977), ambos dirigidos por Reginaldo Faria e produzidos por Roberto Farias e seu irmão Riva Faria. No dia 18 de setembro, às 20h00, data de abertura da mostra na Cinemateca, Roberto Farias e Eva Wilma conversam com o público sobre a criação e os bastidores de Cidade ameaçada, após a projeção do filme.

Veja a programação completa aqui.

Fonte: Cinemateca Brasileira

Fotos: Divulgação

Walter Gabarron: um emprego para 'Django'

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Há pouco mais de três anos publiquei uma entrevista com o ator Walter Gabarron neste blog. Ela foi realizada em 1997, na época em que eu ainda estava na faculdade de comunicação. A intenção era fazer um tributo a um dos atores mais atuantes da fase explícita do cinema da Boca do Lixo. Após a publicação da entrevista, parentes de Gabarron entraram em contato comigo para agradecer a lembrança do ator. O ator Peter Aponte, que trabalhou com Gabarron nos filmes "Carnaval do sexo" (1986), "Pau na máquina" (1988) e "Nero, a loucura do sexo" (1990), entre outros, também viu a entrevista no blog e fez um breve comentário sobre essa época. Recentemente, recebi um e-mail do advogado Fábio Lima, que conheceu Gabarron antes de ele abraçar a carreira de artista. Lima conta detalhes de uma época marcante na vida de Gabarron. Após receber a autorização de Lima, compartilho a mensagem com os leitores de Mondo Cane:

"Gio, boa tarde.

Eu estava matando saudade de minha infância pobre e sofrida (não sei se tenho saudade ou só curiosidade pela referência que ela é), na internet, rastreando os lugares onde vivi, e lembrei-me de uma pessoa que eu conheci na infância e com quem tive alguma amizade e que viria, mais tarde a ser ator pornô, o Walter Gabarron. Através do Google, localizei a entrevista que você fez com ele e fiquei triste de saber que ele faleceu há alguns anos.

Tanto o Walter como eu não falamos da infância (pode notar a objetividade da resposta dele quando disse que morou em São Paulo, ponto!), do passado sofrido que cada um vivia a seu modo. Eu não era vizinho dele, nem conhecia a casa dele, mas o encontrava com frequência na estação de trem XV de Novembro, na zona leste, uma estação para lá de Itaquera, para quem pega o trem de subúrbio da Central do Brasil, que vai em direção a Mogi das Cruzes.

Gabarron, era assim que eu o chamava, era dois anos mais velho que eu e ambos éramos pobres e vivíamos em busca de emprego, nas agências de serviço temporário do centro de SP. A gente pegava o trem de manhã e passava o dia andando na cidade, em busca de algum bico, de algum emprego. Vez ou outra um sumia do outro, mas, semanas e meses depois, a gente se esbarrava e voltava a caminhar no centro, ou na Penha de França, numa vida bem difícil.

Havia, entretanto, algo que vale registrar: o Gabarron era um rapaz que gostava de se vestir bem. Era sempre a mesma roupa, na maioria das vezes, mas era caprichada, limpa, bonita. E ele tinha uma presença, uma forma de se apresentar que impressionava as pessoas. Tem mais: ele era um homem bonito (na Internet não se vê fotos dele e eu nunca vi um filme pornô em que ele estivesse), mas lembro que a gente entrava numa agência bancária e as funcionárias paravam, olhando para ele. Ele cultivava uma barba bem feita e andava num jeito a "la Django", que atraia as pessoas. Era interessante.

E ao mesmo tempo, ele era um rapaz muito pobre, que sonhava em trabalhar, ganhar dinheiro, enriquecer, como qualquer um dos jovens daqueles anos de 1974, 1975. Eu lembro que ele me disse que, numa das agências de emprego em que a gente ia (e onde a moça que nos atendia tinha uma quedinha por ele, mas provavelmente não um envolvimento), ele foi encaminhado para um serviço temporário no Playcenter, para representar, dançar. Ele me disse que não era isso que ele queria, que ele preferia um escritório, mas a moça disse que ele tinha pinta de ator e que ele devia tentar. E ele deve ter ido...como sua entrevista revela.

Eu não me lembro mais de ter encontrado com ele depois. Eu segui minha rotina, também consegui me libertar daquela vida sofrida, estudando muito, e, anos depois, ouvi uma menção ao nome do Gabarron, talvez num jornal (na Folha?), associando ele a filmes pornôs, algumas afirmativas de que ele era gay (e aí eu fiquei indignado, porque, pelo menos nessa época, a gente era macho e gostava de mulher), mas fui seguindo minha vida e agora vejo a notícia do seu fim....

Mas algo me alegrou nisso tudo (apesar de eu ter sentido muito a morte prematura do meu amigo de sofrimento na infância): é o fato de ele ter deixado um casal de filhos, muito provavelmente pessoas dignas que, se souberem deste passado sofrido dele, da fase de infância, devem ter orgulho do pai que foi, além de um marco na indústria de filmes (do que eu não entendo, mas tem sua importância), um verdadeiro lutador, um verdadeiro sobrevivente"
.

Para reler a entrevista completa de Walter Gabarron, clique aqui, aqui, aqui e aqui.

Sady Baby na clandestinidade: cabelos pretos e curtos

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Após forjar seu suicídio em agosto de 2008, o espiríto de Sady Baby se manifestou no meu telefone celular dois dias antes do Natal de 2010: "Sucesso e muitas bucetas + 1 tempo fora. Tô muito bem. Tu vai se surpreender". Retornei imediatamente para o número de telefone que aparecia na mensagem, mas ninguém atendia as ligações nem retornava os torpedos. Sady ainda iria ficar mais algum tempo recluso.

Menos de um ano depois, em agosto de 2011, finalmente recebi uma ligação do cineasta, que, às gargalhadas, se identificava por seu novo nome na clandestinidade. Combinamos de nos encontrar em um jogo do Corinthians no Pacaembu, pois fazia tempo que Sady não via uma partida do Timão. Foi no porta do estádio que encontrei o diretor de clássicos como "Emoções sexuais de um jegue" e "No calor do buraco" com um novo visual: de cabelos curtos e pintados de preto (no lugar de seu tradicional penteado de ovelha, com cachos loiros).

Sady explicou que estava esperando alguns processos judiciais expirarem para ressuscitar com sua identidade verdadeira e dar continuidade a um novo projeto "artístico", pois os anteriores foram interrompidos após uma operação da Polícia Federal dias antes de ele "pular para a morte no Rio Uruguai". Mas, no começo da semana passada, Sady foi desmascarado durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal na cidade de Caxias do Sul (RS). Havia contra ele um mandado de prisão por estelionato, após a Polícia Civil de Caçador (SC) receber uma denúncia que Sady estava realizando compras em vários estabelecimentos comerciais da região com cheques sem validade e em nome de terceiros.

Sady foi preso ao lado da atual mulher. Sobrou até para a sogra do cineasta, que foi detida horas depois sob a suspeita de receptar os produtos adquiridos com os cheques frios. Agora a situação ficou insustentável para Sady, pois além dos processos de uso de adolescente em filme pornográfico e da falta de pagamento de pensões alimentícias, o cineasta vai responder agora pelos crimes de estelionato e falsidade ideológica. E a Polícia Civil de Santa Catarina está tentando localizar possíveis vítimas de golpes em outras cidades do Estado, o que pode engrossar mais ainda a pena de Sady. Por enquanto, Sady está no calor do buraco de uma das celas do Penitenciária Industrial de Caxias do Sul.

Clássicos da pornochanchada: O Inseto do Amor (1980)

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Atualmente falta picardia nas comédias brasileiras, coisa que as pornochanchadas tinham de sobra nos anos 70 e 80. As comédias eróticas produzidas na Boca do Lixo de São Paulo nessas duas décadas atraíam uma multidão de pessoas para as salas de cinema, graças aos dotes físicos de atrizes como Helena Ramos, Nicole Puzzi e Matilde Mastrangi, entre tantas outras musas do cinema nacional. Mas também por causa de argumentos engraçadíssimos, como o do filme O Inseto do Amor (1980), do diretor Fauzi Mansur.

Naquela época os cartazes dos filmes eram um convite à parte para fisgar a atenção do público. No traço do ilustrador gaúcho Benício, o cartaz de O Inseto do Amor trazia a imagem de um mosquito aumentada por uma lupa no momento em que ele dava uma ferroada maliciosa em um traseiro feminino. Em segundo plano aparecem as caricaturas de astros como John Herbert, Helena Ramos, Rossana Ghessa, Serafim Gonzalez, Angelina Muniz e Arlindo Barreto sob o efeito da picada do Anophelis sexualis, nome científico do tal inseto do amor.

Com roteiro do próprio diretor e do escritor Marcos Rey, o filme começa com o cientista Hans Muller (interpretado por Carlos Kurt, o eterno vilão dos filmes dos Trapalhões) fazendo uma expedição à selva amazônica. Ele foi até a Amazônia coletar alguns mosquitos para estudo, pois já tinha ouvido falar das propriedades afrodisíacas do Anophelis sexualis. Hans leva os espécimes para um hotel em Ilhabela, no litoral paulista, onde ele está hospedado. Ao saber da presença dos insetos na cidade, a população entra em polvorosa.

Continue lendo o restante do texto aqui.

Atriz fala sobre sua carreira na Boca em livro de memórias

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A atriz Noelle Pine realiza hoje uma noite de autógrafos para o lançamento de seu livro "Luz, cama, ação! Hollyboca".

Na obra, Noelle fala sobre sua carreira no cinema da Boca do Lixo no início dos anos 80. E também sobre o desencanto de ver alguns de seus filmes ter cenas de sexo explícito enxertadas alguns anos depois.

A atriz não poupa críticas ao diretor Sady Baby, que remontou o filme "Paraíso da sacanagem" (1984) com cenas hardcore para a decepção de Noelle. "Seu nome deveria constar no dicionário como sinônimo da palavra sordidez", escreve Noelle sobre Sady.

Noelle fala também sobre o período de 18 anos que morou no exterior. Na Espanha, ela quase participou de um filme do diretor espanhol Pedro Almodóvar e também atuou como cantora de um grupo musical.

O lançamento de "Luz, cama, ação! Hollyboca" acontece na Sala Lilian Gonçalves, na Rua Canuto do Val, 115, na Santa Cecília, região central de São Paulo, às 20h30.

O livro de Noelle também pode ser adquirido aqui.

Confira a filmografia de Noelle Pine clicando aqui.

Veja abaixo a entrevista concedida por Noelle para o programa "Comunidade em Ação":


Mário Lima é homenageado por amigos da Boca do Cinema

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A turma da Boca do Cinema vai homenagear hoje o cineasta, ator e produtor Mário Lima, que morreu aos 77 anos no final de março, vítima de complicações decorrentes de uma pneumonia. Os amigos de Mário Lima vão participar, primeiro, de uma missa na Igreja Santa Cecília, no centro de São Paulo, às 19h. Uma hora e meia depois, todos vão se reunir no Cineclube Biroska, no mesmo bairro, para assistir ao filme "Quinta dimensão do sexo" (1984), dirigido por José Mojica Marins, mas roteirizado e produzido por Mário Lima, companheiro inseparável do criador de Zé do Caixão.

Em 1957, quando tinha 22 anos, Mário Lima resolveu se matricular na escola de cinema de Mojica. Um ano depois, Mário Lima estreou como ator e assistente de produção no filme "A sina do aventureiro", primeiro longa-metragem de seu professor. Da relação entre mestre e aluno surgiu uma grande amizade. Mário Lima ainda atuou na frente das câmeras nos seguintes filmes de Mojica: "Meu destino em tuas mãos" (1963), "À meia-noite levarei sua alma" (1964), "O estranho mundo de Zé do Caixão" (1968), "Pesadelo macabro (episódio do filme "Trilogia do terror", também de 1968), "Ritual dos sádicos/O despertar da besta" (1969), "Finis hominis (1971), "Quinta dimensão do sexo" (1984), "48 horas de sexo alucinante" (1986) e "Encarnação do demônio" (2008).

Mário Lima atuou também em três filmes de outros diretores: "Meu nome é Tonho" (1969), de Ozualdo Candeias, "O profesta da fome" (1970), de Maurice Capovilla, e "Núpcias vermelhas" (1975), de J. Marreco. Apesar de sua vasta experiência no cinema, Mário Lima dirigiu apenas um filme: "Vingança diábolica" (1987), cujos protagonistas são Walter Gabarron e Makerley Reis. Esse mesmo filme ganhou uma versão com cenas de sexo explícito rebatizada como "A menina do sexo diabólico" (1987).

"Quinta Dimensão do Sexo" teve cenas de sexo explícito enxertadas posteriormente para poder ganhar a telona. Na época, os exibidores só queriam filmes que mostrassem closes de penetração. Nenhum dos astros e estrelas do filme original participaram das cenas picantes. Expliciteiros como Silvio Junior foram convidados para rodar as novas sequências, que não têm qualquer relação com a história original.

Veja a ficha de "Quinta dimensão do sexo":

Elenco: Márcio Prado, Zilda Mayo, Maristela Moreno, Michelle Bertran, Marthus Mathias, José Mojica Marins, Mário Lima, João Francisco, Débora Muniz, Albano Cartozzi, Roque Palácio. Sinopse: Paulo e Norberto são amigos, estudantes de Química, ridicularizados pelos colegas de faculdade pelo rumor de serem impotentes. Eles, então, iniciam uma pesquisa e desenvolvem uma fórmula que os transforma em maníacos por sexo. Saem à caça de mulheres nas ruas para raptá-las e estuprá-las. A polícia encontra as vítimas mortas e tenta identificar o autor dos crimes.

Serviço da Homenagem "in memoriam" para Mário Lima:

A missa acontece às 19h na Igreja Santa Cecília, localizada no Largo de Santa Cecília, no bairro do mesmo nome. O filme será exibido às 20h30 no Cineclube Biroska, que fica na rua Canuto do Val, 115, na mesma região, no interior do bar Frango com Tudo.

Leia mais sobre Mário Lima no blog "Violão, sardinha e pão".

Leia mais sobre "Quinta dimensão do sexo" no blog "Filmes para doidos".

Veja anúncio do filme publicado em jornais da época (imagem cedida pelo colecionador Alexandre Aldo Neves):

Pérolas do cinema paulista: O regenerado (1998)

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"Como ser um religioso e um bandido?", pergunta o cineasta Francisco Cavalcanti no trailer do filme "O regenerado" (1998), dirigido por seu filho Fabrício Cavalcanti. A obra, da produtora Plateia Filmes, será exibida no próximo dia 13 no Cineclubre Biroska, no bairro de Santa Cecília, região central de São Paulo. A entrada é gratuita.

"O regenerado" conta a história de Mário, um bandido periculoso e procurado pela polícia que abandona a vida do crime ao se tornar um homem religioso. Apesar da conversão, ele passa por uma provação dos diabos: perde o emprego, flagra a mulher com outro homem e ainda acaba expulso da própria casa.

Sem qualquer perspectiva, Mário decide voltar a ser um bandido. É aí que entra o questionamento feito pelo pai de Fabrício Cavalcanti no trailer. Como não ser um pecador ao abraçar novamente a carreira criminosa? O problema é que Mário agora não é mais um bandidão da pesada. Ele desaprendeu o ofício após um período de aposentadoria.

A dor de cabeça de Mário aumenta mais ainda no momento em que ele se junta a Juca, que pensa ser o maior bandido da área, mas não passa de um trapalhão. A dupla vai se envolver em uma série de presepadas, como participar de um sequestro mal planejado que acaba de maneira surpreendente.

Direção: Fabrício Cavalcanti. Elenco: Reinaldo Sapucaia, Fabrício Cavalcanti, Cristina Lopes, Francisco Cavalcanti, Jesse James, Clery Cunha, Ednor Messias, Roberto Rocco, Castor Guerra, Claudice Santana, Rute Gomes, Adilson Gutierres. Duração: 1h47. Produtora: Plateia Filmes.

Anão Chumbinho xaveca as gatinhas na Avenida Paulista

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Chumbinho, o primeiro anão a fazer filmes de sexo explícito no Brasil, rivaliza em popularidade com Sady Baby entre os fãs do cinema hardcore tupiniquim produzido na Boca do Lixo na década de 80. O baixinho também foi protagonista de uma matéria meia-boca realizada pelo repórter Rodolfo em 1996 para o programa 190 Urgente, apresentado por Ratinho na CNT-Gazeta.

Na matéria, Chumbinho apenas circula pela Avenida Paulista ao lado de Rodolfo dando em cima das pedestres. Ele leva vários foras da mulherada. Quase nada é dito de sua carreira de ator pornô na Boca.

O próprio Ratinho resume assim a curta "reportagem": "É a matéria mais xarope que eu já vi na minha vida. Se esse cara tivesse 25 centímetros de bimbo estava andando arcado. Isso é conversa. Esse Chumbinho é um xarope. Tem que internar ele e o repórter que fez a matéria".

Gil Gomes estrela filme policial rodado na Boca do Lixo

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O Cineclube Biroska (rua Canuto do Val, 115, Santa Cecília) exibe às 20h30 de hoje o filme "O outro lado do crime", dirigido por Clery Cunha e estrelado pelo repórter policial Gil Gomes.

Famosíssimo em todo o Brasil, imitado por gerações de crianças e adolescentes gaiatos, Gil Gomes deve muito de sua fama nacional ao programa Aqui Agora, jornalístico veiculado pelo SBT de 1991 a 1997.

Buscando diferenciar-se do "padrão global de qualidade", a emissora de Sílvio Santos criou seu exato oposto: um noticiário caótico, pitoresco e questionador.

Incômodo e criticado até dizer chega, o Aqui Agora representava uma espécie de Chacrinha do jornalismo brasileiro da época: aquele que não vindo para explicar, só servia mesmo para confundir.

Continue lendo o belo texto de Andrea Ormond, autora do blog Estranho Encontro, clicando aqui.

Clássicos da Boca do Lixo: Meu nome é... Tonho (1969)

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Em seu segundo longa-metragem, após o clássico A Margem (1967), filme marco do chamado Cinema Marginal, Ozualdo Candeias (1922 – 2007) realizou um faroeste caboclo. Mesmo optando em reconstruir o gênero do faroeste em um bangue-bangue à paulista rodado na cidade de Vargem Grande do Sul, no interior de São Paulo, Candeias continua a retratar no filme Meu Nome É… Tonho (1969) os personagens que conhece tão bem: os excluídos da sociedade.

O faroeste caboclo de Candeias conta a via-crúcis de Tonho (Jorge Karam), um homem de 30 e poucos anos que, quando criança, conseguiu escapar de um bando de criminosos que havia invadido o sítio de sua família e executado todos os seus parentes. Apesar da trágica história da infância, Tonho só vai sentir no sangue todo o ódio do mundo ao descobrir que pode ter mantido relações sexuais com a própria irmã, uma prostituta de cabaré (Bibi Vogel).

O bando do facínora Manelão (Nivaldo Lima), responsável pelo sofrimento de Tonho e sua família, será alvo da fúria implacável do protagonista após a descoberta realizada no quarto do cabaré. Tonho também irá se vingar de criminosos que o hostilizam no bar do cabaré e se defenderá de um homem que tenta açoitá-lo com um rabo de tatu já do lado de fora do estabelecimento. A bala come solta no filme até o duelo final com Manelão.

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Filme polêmico de Sady Baby é uma das atrações do festival PopPorn

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Uma das obras mais amaldiçoadas de Sady Baby finalmente pode ser vista por seus fãs. O famigerado filme Come tudo, recolhido pela Justiça em 1986 por trazer uma criança de 4 anos participando de uma cena de sexo explícito, é uma das atrações do festival PopPorn, que acontece na República, região central de São Paulo, neste final de semana. Mas não há o menor risco de as autoridades apreenderem novamente o filme, pois a cópia que será mostrada no evento não traz a polêmica cena. A versão editada foi lançada em VHS pela Frenesi Vídeo quatro anos depois, com o título Alucinações de um gozador.

No filme, Sady Baby interpreta Tuta, um cara que adora participar de orgias. Certo dia, ele recebe uma carta misteriosa no sítio onde vive com a mulher (Sofia Blummer), que o deixa totalmente transtornado. Tuta se torna um sádico, que não deixa nenhum de seus funcionários sair do sítio. Ele não poupa nem a própria mãe que vai visitá-lo, confinando também a pobre coitada no imóvel. Tuta passa a torturar todo mundo, obrigando-os a praticar todo o tipo de perversão sexual. Em uma das sequências, ele obriga suas vítimas a comerem insetos e bichos peçonhentos.

O filme será exibido na Trackers, na Rua Dom José de Barros, 337, às 17h deste sábado (8). Uma hora depois, eu e os amigos jornalistas Judson Ovídio e Matheus Trunk, que pesquisam o cinema da Boca do Lixo, vamos participar de um bate-papo com o público. O PopPorn vai mostrar dezenas de filmes de várias partes do mundo, entre longas e curtas-metragens, e realizar outras atividades artísticas. Saiba mais sobre o festival PopPorn clicando aqui. Para mais informações sobre ingressos, clique aqui.

Arnaldo Jabor já elogiou Sady Baby. Será que ele está arrependido?

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"Sady Baby, louro, ex-jogador de futebol, é o homem que inventou o cinema ao vivo. Explico: depois de ter feito mais de 20 filmes pornô, dos quais o orgulho é o 'Emoções sexuais de um cavalo', Sady também foi vítima da 'crise cultural que destruiu nossa arte'. E aí teve uma ideia GENIAL: em vez de exibir filmes precariamente, sendo explorado por donos de cinema sórdidos, encheu um ônibus com 20 atrizes pornô e hoje (em 1992) sai mambembando pelos cinemas do interior com shows de sexo explícito. Revoluções nas cidades, mulheres nuas em praças com igrejinhas e coreto, sacanagens rurais, folias brejeiras, putarias agropastoris. Leva um anão no elenco, de 83 centímetros, mas que na cama é um 'gigante': Joãozinho Terremoto, que transa 15 vezes numa noite".
Fonte:Trecho do texto "O pornofilme ilumina o Brasil", escrito por Arnaldo Jabor e publicado na edição do dia 1º de março de 1992 do jornal Folha de S. Paulo (Arnaldo Jabor também afirma que Sady Baby faz parte do trio de ouro do pornô verde-amarelo, ao lado de Carlos Nascimento e de Fauzi Mansur)
Foto:Reprodução/Rede Globo

Márcia Ferro fica peladona nas alturas

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"O Conceição deve ser o homem que mais me viu pelada na vida", disse-me Márcia Ferro, em tom de brincadeira, quando a entrevistei há sete anos. Ela se referia aos ensaios feitos pelo fotógrafo José Luís da Conceição para o jornal Notícias Populares nos anos 80. Além da cobertura da carreira de Márcia Ferro como atriz de filmes de sexo explícito na Boca Lixo, Conceição fez pautas inusitadas com a estrela do pornô, como a mostrada na foto que ilustra este post: a estrela completamente nua sobrevoava a cidade em uma asa delta motorizada.

A foto de Márcia Ferro é uma das 35 imagens selecionadas para a mostra “30 Anos de Fotojornalismo – trajetória profissional de José Luis da Conceição”, que acontece de hoje até o dia 20, na Galeria do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, 2.073, na região dos Jardins. Na mostra, além de imagens publicadas no NP, poderão ser vistas fotos que Conceição fez para os jornais O Globo e o Estado de S. Paulo. A entrada é gratuita. Conceição estará presente na abertura do evento, às 19h de hoje.

Leia mais sobre a mostra e a carreira de Conceição clicando aqui.

Veja um perfil da atriz de sexo explícito Márcia Ferro clicando aqui.

Adaptações da Boca do Lixo: A moreninha (1970)

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Depois de ver a adaptação para o teatro do romance A Moreninha, o diretor Glauco Mirko Laurelli decidiu levar o clássico da literatura brasileira escrito por Joaquim Manoel de Macedo (1820-1862) ao cinema no ano de 1970. O papel de protagonista coube a uma mocinha de 19 anos, que até então só havia feito pontinhas nos filmes O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla, e Cléo e Daniel (1970), de Roberto Freire. Sonia Braga brilhou no papel de Carolina, a Moreninha. Um papel adequado para quem conquistaria o mundo anos depois com sua morenice brejeira.

Glauco e o diretor de musicais e compositor Cláudio Petráglia, responsável pela versão teatral do romance e convidado para ser um dos produtores da obra cinematográfica, escolheram o ator David Cardoso para interpretar Augusto, estudante de medicina que tem a fama de um Dom Juan desalmado. Um papel adequado para quem anos mais tarde se tornaria o rei da pornochanchada, por incorporar o garanhão em todos os seus filmes. Antes de A Moreninha (1970), David Cardoso havia feito pequenas participações em outros oito filmes, entre os anos de 1963 e 1968.

A adaptação cinematográfica de A Moreninhaé fiel ao texto de Joaquim Manoel de Macedo. Augusto e dois amigos (um deles interpretado por Carlos Alberto Riccelli, em sua estreia no cinema) são convidados por Felipe (Nilson Condé), todos colegas do curso de medicina, para passar o dia de Sant’Anna na casa de sua avó, em Paquetá, no Rio de Janeiro. Augusto havia dito que as mulheres viviam encantadas por ele, que nunca deixava a paixão delas se prolongar. “Isso é coisa para bocó”, desdenha o personagem de David Cardoso.

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Cineasta Glauco Mirko Laurelli morre aos 83 anos em São Paulo

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O diretor Glauco Mirko Laurelli morreu em São Paulo, nesta quarta-feira (11), aos 83 anos. Ele dirigiu cinco filmes, quatro deles para o comediante Amácio Mazzaropi. Seu último e mais importante trabalho no cinema foi no filme A Moreninha (1970), resenhado no BRCine recentemente. Veja aqui.

Com o amigo e cineasta Luís Sérgio Person, Laurelli fundou a Lauper Filmes (que traz as iniciais de seus sobrenomes) no final dos anos 60. Além de filmes, a Lauper também produziu comerciais. Laurelli também trabalhou com espetáculos teatrais.

Para Mazzaropi, Laurelli dirigiu os filmes O Vendedor de Linguiças (1962), Casinha Pequena (63), O Lamparina (63) e Meu Japão Brasileiro (64). No cinema, Laurelli começou a atuar como assistente de coreografia no início dos anos 50. Ele também foi montador, assistente de direção e roteirista.

Com 48 anos de carreira, técnico da Boca do Cinema de SP ganha biografia

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O técnico cinematográfico Virgílio Roveda trabalhou ao lado dos grandes cineastas de São Paulo, como Ozualdo Candeias, Amácio Mazzaropi e José Mojica Marins, o Zé do Caixão. Ele começou como figurante e eletricista no cinema no final dos anos 60 e foi conquistando diversas funções, entre elas as de assistente de direção, diretor de fotografia e produtor.

Depois de trabalhar em mais de 50 longas-metragens, Roveda volta a brilhar em O Coringa do Cinema, biografia escrita pelo jornalista e pesquisador Matheus Trunk. O livro será lançado neste sábado (14), no Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt, 158, Consolação, no centro de São Paulo, entre 16h30 e 19h30.

Natural de Vacaria (RS), Gaúcho, ou Gauchinho, como é mais conhecido pelos amigos (o apelido foi dado por Zé do Caixão), acaba de completar 48 anos de carreira no cinema brasileiro. Apesar das dificuldades, Roveda ainda planeja aumentar seu currículo de filmes.

Um de seus mais recentes trabalhos foi o longa Casamento Brasileiro (2010), de Fauzi Mansur, no qual atuou como diretor de fotografia e operador de câmera. Ao lado do cineasta José Adalto Cardoso, Roveda pretende voltar a produzir comédias com temática rural, como as feitas por Mazzaropi.

Morre Nabor Rodrigues, ator de vários filmes de Tony Vieira

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A Boca do Cinema de São Paulo sofreu mais uma perda irreparável. O ator e diretor de produção Nabor Rodrigues morreu ontem à noite na capital paulista. A causa da morte não foi divulgada.

Nabor foi protagonista do filme "Manelão, o caçador de orelhas" (1982), de Ozualdo Candeias, e atuou em várias produções de Tony Vieira, entre elas "As amantes de um canalha" (1977), "O matador sexual" (79), "Tortura Cruel" (80) e "Desejos sexuais de Elza" (82).

Nabor também trabalhou como diretor de produção dos filmes "O doador sexual" (80), de Henrique Borges, e "O tônico do sexo" (84), de Hércules Breseghelo. Ele foi produtor executivo dos filmes "O dia das profissionais (1976), de Rajá de Aragão, e "O cangaceiro do Diabo (80), de Tião Valadares. Nabor era bacharel em direito.

O velório de Nabor será realizado no Cemitério do Araçá (avenida Doutor Arnaldo, 666), assim que seu corpo for liberado do Instituto Médico-Legal (IML). Ainda não se sabe o horário do enterro.
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